terça-feira, 4 de janeiro de 2011

DEBATE RELIGIOSO EM ELEIÇÕES, ATÉ QUE PONTO?

As eleições que se passaram ficaram marcadas pelo debate político de cunho religioso, promovido quase que exclusivamente pelos seguidores da doutrina cristã. Será que este debate é salutar? A religião deve influenciar na política?

No Brasil, vivemos em uma democracia que se propõe a ser laica, onde as pessoas são livres para manifestar o seu pensamento e livres para cultuar a qualquer divindade. Sendo assim, com toda esta liberdade, não há como exigir que o cidadão abstraia de si toda a bagagem ética, cultural e religiosa que carrega consigo.
Alguns dizem que as igrejas ou as religiões não devem se manifestar em época de eleição, como também acreditam que os políticos não podem manifestar publicamente a sua fé. Entretanto, ouso discordar deste pensamento; pois cada pessoa, seja ela eleitor ou candidato, possui os seus princípios, suas perspectivas, suas experiências de vida e suas convicções. Não creio que um eleitor consciente vote em um candidato que tenha essas características e aspirações muito diferentes das suas, afinal, o político, quando eleito e devidamente empossado, representa aqueles que a ele dedicaram os seus votos.
Existe, também, aqueles que afirmam ser errado que em determinada casa legislativa haja a bancada X ou a bancada Y, empenhadas em defender direitos de um restrito grupo ou da classe social que eles representam. Isso, do ponto de vista frio e calculista da ciência política, pode ser visto como um erro, todavia, analisando sob a ótica pragmática não existe reprovação alguma, vez que, ao exercerem a função pela qual foram eleitos, os legisladores buscarão apoio entre os colegas de cargo que possuam planos de atuação paralelos aos seus, para que juntos possam aprovar medidas e leis que entendam como benéficas aos seus representados e a toda coletividade.
O que precisa ser entendido, é que, em democracia, a promoção de qualquer debate é benéfica e deve ser digna de elogios. Seja ela levantada por quem quer que seja; desde que tenha o objetivo de discutir o melhor para o futuro da nação. Mais louvável ainda é o debate ser proposto em um momento tão crítico quanto o que o Brasil vive, no que se refere à grande passividade e à alarmante leviandade como o povo brasileiro tem tratado a política. Neste sentido, é possível chegar à conclusão de que o levante feito pelas lideranças de muitos segmentos cristãos é extremamente salutar para a democracia brasileira. E que isso sirva de aprendizado e de estímulo a todos os cidadãos, para que o brasileiro volte a discutir política, volte a reclamar os seus direitos como nação, e que as ruas e avenidas desta nação voltem a ouvir os brados de soberania do povo.
Wantuil Júnior d'Angelo Lima






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