As eleições que se passaram ficaram marcadas pelo debate político de cunho religioso, promovido quase que exclusivamente pelos seguidores da doutrina cristã. Será que este debate é salutar? A religião deve influenciar na política?
No Brasil, vivemos em uma democracia que se propõe a ser laica, onde as pessoas são livres para manifestar o seu pensamento e livres para cultuar a qualquer divindade. Sendo assim, com toda esta liberdade, não há como exigir que o cidadão abstraia de si toda a bagagem ética, cultural e religiosa que carrega consigo.
Alguns dizem que as igrejas ou as religiões não devem se manifestar em época de eleição, como também acreditam que os políticos não podem manifestar publicamente a sua fé. Entretanto, ouso discordar deste pensamento; pois cada pessoa, seja ela eleitor ou candidato, possui os seus princípios, suas perspectivas, suas experiências de vida e suas convicções. Não creio que um eleitor consciente vote em um candidato que tenha essas características e aspirações muito diferentes das suas, afinal, o político, quando eleito e devidamente empossado, representa aqueles que a ele dedicaram os seus votos.
Existe, também, aqueles que afirmam ser errado que em determinada casa legislativa haja a bancada X ou a bancada Y, empenhadas em defender direitos de um restrito grupo ou da classe social que eles representam. Isso, do ponto de vista frio e calculista da ciência política, pode ser visto como um erro, todavia, analisando sob a ótica pragmática não existe reprovação alguma, vez que, ao exercerem a função pela qual foram eleitos, os legisladores buscarão apoio entre os colegas de cargo que possuam planos de atuação paralelos aos seus, para que juntos possam aprovar medidas e leis que entendam como benéficas aos seus representados e a toda coletividade.
O que precisa ser entendido, é que, em democracia, a promoção de qualquer debate é benéfica e deve ser digna de elogios. Seja ela levantada por quem quer que seja; desde que tenha o objetivo de discutir o melhor para o futuro da nação. Mais louvável ainda é o debate ser proposto em um momento tão crítico quanto o que o Brasil vive, no que se refere à grande passividade e à alarmante leviandade como o povo brasileiro tem tratado a política. Neste sentido, é possível chegar à conclusão de que o levante feito pelas lideranças de muitos segmentos cristãos é extremamente salutar para a democracia brasileira. E que isso sirva de aprendizado e de estímulo a todos os cidadãos, para que o brasileiro volte a discutir política, volte a reclamar os seus direitos como nação, e que as ruas e avenidas desta nação voltem a ouvir os brados de soberania do povo.
Wantuil Júnior d'Angelo Lima
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fala ai meu grande amigo buth's
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